Quando a maioria das pessoas ouve a palavra “mordomia”, instintivamente pensa em dízimo, ofertas e arrecadação de fundos. Embora essas práticas financeiras sejam vitais para a saúde de qualquer ministério, elas representam apenas uma pequena parte do quadro geral. A mordomia bíblica diz respeito à administração de tudo o que Deus nos confiou, não apenas de nossas finanças. Na verdade, muito antes de existir o dinheiro, Deus confiou a Adão a responsabilidade pela criação (Gênesis 1:26-30). Isso nos leva a repensar nossa definição de mordomia, reconhecendo que tudo em nossa vida é uma confiança dad por Deus.
Deus é dono de tudo
A verdade fundamental da mordomia bíblica é que tudo pertence a Deus. O Salmo 24:1 declara: “Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam”. Jesus deixou isso claro na parábola dos talentos (Mateus 25:11-30), em que um mestre dá aos seus servos recursos para administrarem enquanto ele estiver ausente. Isso revela uma verdade poderosa: não somos os donos, mas os mordomos dos bens de Deus. Quando compreendemos o significado dessa realidade, isso muda nossa maneira de viver. A verdadeira mordomia começa quando reconhecemos que não somos donos de nada – tudo pertence a Deus. Esse entendimento nos liberta do fardo de sermos donos e nos faz ser mordomos fiéis dos recursos de Deus.
Deus provê todas as coisas
Se a mordomia começa com o reconhecimento do domínio de Deus, ela também se baseia na compreensão de Sua provisão. Em Gênesis 1 e 2, antes de Adão receber a tarefa de cuidar da criação, Deus primeiro providenciou tudo o que Adão precisaria. Deus não reagiu às necessidades de Adão; Ele criou proativamente um ambiente perfeito para que ele prosperasse. Esse é um poderoso lembrete para nós hoje: A provisão de Deus não é reativa – ela já foi preparada com antecedência, portanto, não devemos nos preocupar! Jesus ensinou essa verdade quando disse: “Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem segam… e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?” (Mateus 6:25-26). Quando realmente compreendemos que Deus já supriu nossas necessidades, podemos confiar Nele mais plenamente e viver com um senso mais profundo de paz e segurança.
A mordomia começa com o descanso
Um dos aspectos mais surpreendentes da mordomia é que ela não começa com o trabalho, mas com o descanso. Em Gênesis 2:1-3, depois de criar os céus e a terra, Deus santificou o sétimo dia e descansou. Isso não ocorreu porque Deus estava cansado, mas para demonstrar que o trabalho do mordomo está enraizado na obra completa de Deus. Para Adão, sua primeira experiência no jardim não foi começar a trabalhar imediatamente; foi descansar na obra concluída de Deus. Da mesma forma, para nós, a mordomia eficaz começa com o reconhecimento da soberania de Deus sobre tudo. Não podemos ser mordomos fiéis dos recursos de Deus se estivermos constantemente empenhados em nossa própria força. Devemos primeiro descansar em Sua provisão e confiar em Seu plano.
Conclusão
Se a nossa resposta imediata à palavra “mordomia” for pegar a carteira, é porque ainda não a entendemos. No momento em que o fizermos, alcançaremos um nível muito mais profundo, até o âmago de quem Deus nos criou para ser. A verdadeira mordomia começa com o reconhecimento de que Deus é o dono de tudo, confiando em Sua provisão e descansando em Sua obra concluída. Quando aceitamos isso, não apenas nos tornamos melhores mordomos, mas também crescemos como adoradores. Porque a mordomia é a resposta do adorador à fidelidade de Deus – uma resposta que é expressa por meio da gratidão, da diligência, da generosidade, da responsabilidade e da alegria.
Ouça o episódio completo no Podcast O Mordomo
Por: Daniel Felipe, Diretor Executivo de Finanças e Administração